Thursday, September 27, 2012

Imprensa


Tuesday, September 11, 2012

Lançamento CD



Versos III é continuação da poesia declamada de Manoel. Este nome comum português, é na verdade de um homem de personalidade forte nordestina, que traduz em sua poesia o amor pela vida.

Embalado ao som do excelente musicista Marcos Prado, podemos ouvir, sentir e se emocionar com belíssimos versos, de pura poesia e vida!

Adquira já o seu!

Pelos contatos

(16) 3701-9213

(16) 8161-6102

ypepereira@gmail.com

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Versos II é continuação da poesia declamada de Manoel. Este nome comum português, é na verdade de um homem de personalidade forte nordestina, que traduz em sua poesia o amor pela vida.

Embalado ao som do excelente musicista Marcos Prado, podemos ouvir, sentir e se emocionar com belíssimos versos, de pura poesia e vida!

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Versos I é a poesia declamada de Manoel. Este nome comum português, é na verdade de um homem de personalidade forte nordestina, que traduz em sua poesia o amor pela vida.

Embalado ao som do excelente musicista Marcos Prado, podemos ouvir, sentir e se emocionar com belíssimos versos, de pura poesia e vida!

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Tuesday, July 31, 2012

SOLIDÃO


SOLIDÃO 

Tu que povoa meus sonhos e embala os meus dias,
Tu que na imensidão do silêncio me trás alegrias,
Tu que nas seis badaladas da Ave Maria
Reúne em minha sala meus fantasmas e minhas fantasias.

Tu que se apodera de mim quando escrevo
Tu que es a voz que fala aos meus ouvidos
Que me faz arder em febre quando tudo é negro
E se faz dona de uma vez de todos os meus sentidos

Tu que não es conseqüência de um estado físico,
Que me distancia do real e me leva ao abismo
Para que eu tenha acesso a estas zonas suspensas
E possa agarrar-me ao nada do absolutismo.

E os fantasmas gargalham seus medos,
E vozes antigas cercam meus ouvidos
E uma magia modesta atende meus pedidos
É o milagre da palavra entre meus dedos.

Só tu compreendes meu silêncio interior
Em um estádio, um salão, um deserto, onde for.
Tu sabes que não é a voz de fora a que incomoda
É a de dentro que celebra a boda e se faz amor.

Tu que es um estado de espírito,
E ainda mais que isso um destino.
Que conheces a relação dos fantasmas do meu ser.
Tu que sabes que cresci pra me tornar menino
Tu que sabes que só sou quando não quero ser.

Tu que conheces quanto necessito de distância
Quanto preciso me afastar das circunstâncias,
Dispensar os apelos do real e pedido dos alheios
Pra ficar junto de mim, dos meus anseios,
Pra sair com meus fantasmas em longos passeios.

Solidão amiga quanto es de boa companhia
Que me faz sentir criança e cheio de alegria
És a mais completa das academias
Onde me sinto em festa sem apologia
Onde vivo em paz sem melancolia.






Thursday, July 26, 2012

CARTA ABERTA A UM PROCURADOR.

Senhor procurador Cléber Eustáquio Neves,

Escrevo-lhe esta carta porque soube que o Sr. entrou com ação na Justiça solicitando a imediata retirada de circulação, suspensão de tiragem, venda e distribuição do dicionário Houaiss, porque no verbete “cigano” há acepções, ao seu ver, carregadas de preconceito ou xenofobia, apesar da informação explícita no dicionário de que tais acepções não são pejorativas. Para o Sr., o texto do verbete afronta a Constituição e pode ser considerado racismo. É para ajudá-lo nessa importante tarefa de cortar as afrontas linguísticas à Constituição que lhe escrevo esta carta aberta, na esperança de que ela lhe chegue às mãos.

Há outros verbetes racistas e preconceituosos que afrontam nossa Carta Magna, como “judiar”, “judiaria”, “judiação”, uma verdadeira apologia ao antissemitismo. Mande suprimir também o verbo “denegrir” que é um acinte aos afrodescendentes por sua significação pejorativa.
Por que o luto tem de ser preto? Envie uma mensagem ao Congresso para que faça uma lei que proíba a cor negra para o luto. Mande retirar também dos dicionários o verbete “mulato”, que se origina do nome “mula” e é uma ofensa também aos que têm a cor da Gabriela de Jorge Amado.
Aliás, também deve ser retirada dos dicionários a expressão “eminência parda”, por sua conotação negativa que agride os que são pardos.

Seria bom também retirar do dicionário o verbete “esquimó”. Na língua do povo mongólico que habita as regiões geladas da Groenlândia, Canadá e Alasca, a palavra “esquimó” significa “comedor de carne crua”,
o que é altamente ofensivo para esse povo que prefere ser chamado de “inuit”, que quer dizer “povo”.      
Os esquimós, digo, os inuits, também merecem respeito, embora morem longe do Brasil.

Por que não mandar suprimir todos os palavrões dos dicionários?
Pense num adolescente ou numa criança que, ao abrir o Houaiss ou o Aurélio, encontre um palavrão desses cabeludos que fariam enrubescer uma freira de pedra. Trata-se de pornografia explícita que deve ser extirpada.

Aliás, por que as notas musicais pretas são de menos valor que as brancas? Trata-se de racismo velado, já que uma semifusa, por exemplo, toda pretinha, vale bem menos que uma semibreve, toda branquinha.
Mande tirar o negrume das notas musicais e mande apreender todas as partituras, de Bach a Villa-Lobos, por exemplo, porque todas contêm notas pretas de menor valor que as notas brancas.

Mande suprimir nos livros de Física a expressão “buraco negro”, e de todos os dicionários expressões como “magia negra”, “humor negro”, “ver as coisas pretas”, todas com conotações altamente ofensivas à raça que tanto fez pelo progresso de nossa Terra.

Aliás, por que não mandar recolher todas as gramáticas da língua que ensinam que a concordância nominal se faz no masculino mesmo que haja um único homem entre milhões de mulheres? Trata-se de um preconceito contra as mulheres ainda não previsto na Lei Maria da Penha.

Como vê, Sr. Procurador, sua tarefa é extremamente árdua. Haveria outras coisas a dizer, como o preconceito contra a raça branca, encontradiço tambémnos dicionários, pois passar a noite em claro, dar um branco (quando se perde momentaneamente a memória), arma branca, casamento branco, elefante branco, greve branca, intervenção branca, versos brancos, escravatura branca, viúva branca, ditadura branca e, outras mais, são expressões que devem ser abolidas por sua conotação pejorativa, nitidamente racista.

Se de todo for impossível acabar de vez com os dicionários e livros científicos, só lhe resta uma solução,  dada a dificuldade de cumprir a sua missão de salvar a língua portuguesa e a cultura brasileira dos
preconceitos e afrontas à Constituição: aposente-se.

Um abraço fraterno do admirador José Augusto Carvalho
 
 
 
 
 

Tuesday, March 27, 2012

QUANDO SE TEM 50 ANOS OU MAIS

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora. Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que ganhou uma bacia de jabuticabas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
Lembrei-me agora de Mário de Andrade que afirmou:
'As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos'.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas jabuticabas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade,
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade, O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Sunday, February 19, 2012

QUIZERA

Beber do teu beijo desejo.
Nadar em tuas lágrimas quisera.
Ser teu para sempre quem dera,
Cantar em teu sonho em solfejo.

Correr em tuas veias vermelho.
Virar tua sombra no espelho.
Ser da tua mente o conselho
Meter na tua vida o bedelho.

Ser em tua vida a parte bonita
E em teus cabelos o laço de fita.
Em tuas orelhas viver pendurado
Ser os teus encantos teus anos dourados.

Em noites bem frias ser tua coberta.
O livro que abres a porta que fechas,
Morder teu sorriso chorar teus queixumes,
Viver de amor morrer de ciúmes.

Ser tua oração o teu adoremos
Teus olhos que brilham quando nos vemos,
O solo que pisas o que te alimenta
O ar que respiras teu sal e pimenta.

Vestir os teus campos dizer que te quero,
E com margaridas pintar de amarelo,
Banhar os teus dias de brisa e de sol,
Ser teu pôr do sol e teu arrebol.
Teu braço de praia a areia onde deitas,
Banhar-te de espumas inventar mil tretas
Ser a maresia, tua ave Maria,
O vento que sopra e te arrepia.

Fugir para longe pra sentir saudades
Ver que tua falta causa ansiedade.
Voltar ao teu lado fazendo promessa,
Estar junto a ti bem mais que depressa.

Cantar-te poemas do grande Catulo
Para ser mutante fazer-me casulo,
Virar borboleta, rabo de cometa
E em mar aberto ser tua corveta.

Olhar-te adornada de véu e grinalda
Casar-me contigo tornar-me consorte,
Ser tua avenida chamar-te querida
Viver tua vida e ser tua morte.

Sunday, January 29, 2012

O MELRO



Sou um Melro nesta vida
Preto, inteligente e sagaz.
Procrio, tenho família
No ninho que os outros fazem.

Botar ovo até que faço
Mas criar filho é um saco.
Se deixo no ninho deles
Já dei ao filho um barraco.

Boto o meu ovo e o deles
Transformo em alimento.
Mas deixo a casquinha bonita
Só de acompanhamento.

Deixo o ovo e eles chocam
Eu sei que vivo de treta.
Eles que alimente o filhote
Voem, corram e tragam a chepa.

Pode ser o tico-tico
O bem-te-vi, a andorinha,
Pode ser o pica-pau,
Pardal, canário, rolinha.

Não falta alimentação
Eles correm apressado
Meu filho come de tudo
É bom de bico o danado.
Eu fico só de butuca
E ele cheio de alegria,
Papa da minhoca a fruta
Come até por mania.

E os pais tão diferentes
Não vê que meu filho é preto,
Mal criado e renitente
Quer mais comida e respeito.

E fica gordo, emplumado,
Casa, comida e cuidado,
Não para de reclamar
Até que possa voar.

E eu fico orgulhosa
De ver meu filho criado
É por isso que contrato
Um montão de empregados.

Sou um pai desajeitado
Reconheço, eu me exponho
Criam meu filho com amor
E o ovo sou eu que ponho.

Manoel Irismar Pereira
Franca, 29/01/12

Sunday, January 1, 2012

QUEBRANDO LAÇOS

QUEBRANDO LAÇOS


Fugir à mágoa terrena
E ao sonho que faz sofrer,
Deixar o mundo sem pena
Será morrer?

Fugir nesse anseio infindo
À treva do anoitecer,
Buscar a aurora sorrindo
Será morrer?

E o grito que a dor arranca
E o coração faz tremer,
Voar como uma pomba branca
Será morrer?


Lá vai a pomba voando
Livre através dos espaços...
Sacode as asas cantando:
“Quebrei meus laços!”

Aqui n’amplidão liberta
Quem pode deter-me os passos?
Deixei a prisão deserta,
“Quebrei meus laços!”

Jesus esse vôo infindo
Vai amparar-me nos braços
Enquanto eu direi sorrindo:
“Quebrei meus laços!”


Manoel Irismar Pereira
24.02.11 Franca tarde vazia.



Fugir à mágoa terrena
E ao sonho que faz sofrer,
Deixar o mundo sem pena
Será morrer?

Fugir nesse anseio infindo
À treva do anoitecer,
Buscar a aurora sorrindo
Será morrer?

E o grito que a dor arranca
E o coração faz tremer,
Voar como uma pomba branca
Será morrer?


Lá vai a pomba voando
Livre através dos espaços...
Sacode as asas cantando:
“Quebrei meus laços!”

Aqui n’amplidão liberta
Quem pode deter-me os passos?
Deixei a prisão deserta,
“Quebrei meus laços!”

Jesus esse vôo infindo
Vai amparar-me nos braços
Enquanto eu direi sorrindo:
“Quebrei meus laços!”


Manoel Irismar Pereira
24.02.11 Franca tarde vazia.